A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar um novo medicamento para dermatite atópica moderada a grave, doença inflamatória crônica caracterizada por coceira intensa e lesões avermelhadas que podem cobrir mais da metade da superfície corporal, impactando fortemente diferentes áreas da vida dos pacientes. Desenvolvido pela Pfizer, Cibinqo (abrocitinibe) é indicado para adultos e adolescentes a partir de 12 anos candidatos à terapia sistêmica, ou seja, quando o paciente precisa usar algum medicamento além do tratamento tópico com pomadas e cremes para o controle da doença.
O novo medicamento é um inibidor da janus quinase, proteína intracelular que desempenha um papel essencial no processo inflamatório associado à dermatite atópica. “Estamos falando de uma doença subestimada, que vai muito além das lesões de pele. É uma doença crônica e multifatorial, que envolve aspectos genéticos, ambientais e imunológicos, podendo causar dor, desconforto e angústia, com prejuízos não apenas físicos, mas também para o bem-estar emocional do paciente”, diz a diretora médica da Pfizer Brasil, Adriana Ribeiro.
Até 72% das pessoas com dermatite atópica moderada a grave apresentam outras doenças associadas ao processo inflamatório, tais como asma ou rinite alérgica4, segundo a literatura médica. “As lesões provocadas pela doença também podem tornar a pele mais vulnerável a infecções bacterianas secundárias, por exemplo. Em outra frente, muitos pacientes relatam situações de preconceito e exclusão por causa das lesões, inclusive no trabalho ou na escola, o que pode afetar o desempenho e, até mesmo, colaborar para a evasão escolar. É importante, portanto, controlar adequadamente a doença”, reforça Adriana.
Vale destacar que a coceira intensa provocada pela dermatite atópica está fortemente associada a distúrbios do sono, que afetam até 60% dos pacientes pediátricos, podendo causar desatenção, irritação, sonolência diurna e queda no rendimento escolar. Além disso, a perturbação do sono não afeta apenas as crianças com dermatite atópica, mas também seus familiares, que podem ter de fornecer medicamentos ou tranquilizá-las durante a noite.
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Segurança e eficácia do medicamento Cibinqo
De administração oral, uma vez ao dia, Cibinqo também pode contribuir para facilitar a adesão ao tratamento. A aprovação do medicamento foi baseada nos resultados dos seis estudos realizados durante seu programa de desenvolvimento clínico, envolvendo mais de 1.600 pacientes.
Em todos os estudos, Cibinqo demonstrou um robusto perfil de segurança e eficácia, com alívio rápido da coceira iniciando após um dia de uso e controle eficaz da extensão e da gravidade das lesões provocadas pela doença. O medicamento também é aprovado na União Europeia e em países como Estados Unidos, Japão, Emirados Árabes, Cingapura, entre outros.
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No Brasil, após a aprovação pela Anvisa, Cibinqo segue para o processo de definição de preço conduzido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão interministerial responsável pela regulação econômica dos medicamentos no País. A partir de hoje, com a publicação do registro e submissão de pedido de preço, a CMED tem até 90 dias para concluir esse processo.
Dermatite atópica e desinformação
Uma pesquisa realizada recentemente pelo instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), a pedido da Pfizer, revela o cenário de desconhecimento e preconceito que permeiam a doença no Brasil. Com a participação de 2.327 internautas, o levantamento indica que 41% dos respondentes nunca ouviram falar sobre a doença. Além disso, 20% não sabem identificar nenhum dos sintomas da enfermidade6.
A desinformação sobre a dermatite atópica também alimenta o preconceito, acarretando prejuízos emocionais aos pacientes, inclusive nas relações sociais e familiares. Entre os entrevistados, mais de 1 a cada 5 (21%) não sabe dizer, por exemplo, se a doença é contagiosa. E, mesmo quando informados sobre a impossibilidade de contágio na dermatite atópica, 14% evitariam a proximidade com alguém que tivesse lesões aparentes6.
Apenas 10% dos respondentes reconhecem que os pacientes podem ter insônia por causa da coceira intensa e poucos identificam a possibilidade de que essas pessoas enfrentem dor (14%). Esse desconhecimento também leva a uma percepção equivocada sobre o impacto da doença para a qualidade de vida: quase 1 em cada 5 respondentes (19%) não está convencido de que a dermatite atópica pode atrapalhar atividades de rotina, como ir à escola ou trabalhar. No entanto, após conhecerem melhor a doença, 59% relataram que ficariam muito abalados se tivessem de conviver com os sintomas.
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